ATA DA VIGÉSIMA NONA SESSÃO SOLENE DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 30.10.1997.

 


Aos trinta dias do mês de outubro do ano de mil novecentos e noventa e sete reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezenove horas e quarenta e cinco minutos, constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadã de Porto Alegre à Senhora Hjordis Mary Margot Taranger (Irmã Mary), nos termos do Projeto de Lei do Legislativo nº 20/97 (Processo nº 605/97), de autoria da Vereadora Sônia Santos. Compuseram a Mesa: o Vereador Clovis Ilgenfritz, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; a Senhora Ana Paula Motta Costa, Presidenta da Fundação de Educação Social e Comunitária-FESC, representando o Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Senhor Mário Landgraf, Cônsul da Suécia; o Pastor Nils Taranger, Presidente da Igreja Evangélica Assembléia de Deus em Porto Alegre; o Deputado Estadual Edemar Vargas, representante da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul; o Capitão Leal, representante do Comando de Policiamento da Capital; a Senhora Margareta Beerg, representante do Instituto Escandinavo de Intercâmbio Cultural; o Deputado Bruno Neher; a Senhora Hjordis Mary Margot Taranger, Homenageada; a Vereadora Sônia Santos, na ocasião, Secretária "ad hoc". Ainda, como extensão da Mesa, foram registradas as presenças dos Pastores José Bento Pereira, Valdir Casemiro, Alci Jacob, Gabriel Cavalcanti, Otaviano Leal, Antonio Duarte, Ademar Perotti, Moisés Passos, Raul Ângelo, Joel Neves, Ernani da Silva, Wilson Jaleski, Juvêncio Ávila, Emílio Saul da Silva, Pedro Silva, Daniel Corrêa dos Santos, Enedir Corrêa Santos, Gilberto Brito, Edgar Machado, João Dorneles e Pedro Silva; do Presbítero Neri Gomes Ferreira; do Professor Daniel Silva, representante do gabinete do Deputado Estadual Eliseu Santos; do poeta gaúcho Odilon Vargas. Também foi registrada a presença do Pastor Nélson, da Igreja Adventista Central, representando a Federação das Igrejas Adventistas do Rio Grande do Sul. Em continuidade, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem à execução dos Hinos Nacionais da Suécia e do Brasil, e, a seguir, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. A Vereadora Sonia Santos, como proponente e em nome das Bancadas do PPS e do PMDB, declarou refletir a obra da Homenageada o prescrito no capítulo 22 do Evangelho de São Mateus, que diz: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento; e ao teu próximo como a ti mesmo. Deste mandamento dependem todas as leis e os profetas". O Vereador Gerson Almeida, em nome da Bancada do PT, classificou o trabalho desenvolvido pela Senhora Hjordis Mary Margot Taranger como um sinô<D>nimo de solidariedade e humanismo, servindo de exemplo para todos aqueles que buscam a melhoria da sociedade. O Vereador Eliseu Sabino, em nome das Bancadas do PTB, PFL, PSB e PSDB, discorreu acerca da vida da Homenageada, analisando o significado da decisão por ela tomada de abandonar sua família e seu País para divulgar a palavra de Deus. O Vereador Isaac Ainhorn, em nome da Bancada da PDT, declarou ser a presente homenagem o reconhecimento da Cidade ao trabalho de fé desenvolvido pela Senhora Hjordis Mary Margot Taranger e pelo Pastor Nils Taranger em prol da comunidade. Na oportunidade, a Senhora Isabel Cristina Silva de Freitas procedeu à entrega de flores à Senhora Hjordis Mary Margot Taranger. O Vereador João Dib, em nome da Bancada do PPB, teceu considerações sobre o amor e a doação observados nas atividades realizadas pelo Lar Esperança e pelo Lar do Idoso, destacando o significado destas instituições para a vida da Cidade. Em prosseguimento, sob a regência da Maestrina Nacyr Bandeira, o Coral Vozes de Gratidão interpretou as músicas "Graças Dou", "Nada é Impossível" e "Maravilhoso Cristo", e o Irmão Odilon Vargas recitou poema de sua autoria em homenagem à Senhora Hjordis Mary Margot Taranger. Também, o Senhor Presidente, em nome da Câmara Municipal de Porto Alegre, parabenizou a Maestrina Nacyr Bandeira por ter completado trinta anos de regência do Coral Vozes de Gratidão. A seguir, o Senhor Presidente convidou as Senhoras Ana Paula Motta Costa e Isabel Cristina Silva de Freitas e os Vereadores Eliseu Sabino e João Dib a procederem à entrega do Título e da Medalha de Cidadã de Porto Alegre à Senhora Hjordis Mary Margot Taranger, concedendo a palavra à Homenageada, que externou sua gratidão e felicidade pela honraria ora recebida. Após, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem a execução do Hino Rio-Grandense e, nada mais havendo a tratar, declarou encerrados os trabalhos às vinte e uma horas e vinte minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Clovis Ilgenfritz e secretariados pela Vereadora Sônia Santos, Secretária "ad hoc". Do que eu, Sônia Santos, Secretária "ad hoc", determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Queremos cumprimentar as Senhoras e os Senhores presentes. Boa noite.

Estamos iniciando a 29ª Sessão Solene da 1ª Sessão Legislativa Ordinária da XII Legislatura. Hoje, temos a satisfação e a honra de estar presidindo esta Mesa no momento destinado à entrega do Título Honorífico de Cidadã de Porto Alegre à Senhora Hjordis Mary Margot Taranger (Irmã Mary Taranger). O Projeto de Lei Legislativo 20/97 é de proposição da Vera. Sônia Santos.

Convidamos para compor a Mesa: a Sra. representante do Sr. Prefeito de Porto Alegre, Ana Paula Motta Costa, que é Presidente da FESC; a nossa homenageada, Irmã Mary Taranger; Sr. Cônsul da Suécia, Mário Landgraf; Presidente da Igreja Evangélica Assembléia de Deus em Porto Alegre, Pastor Nils Taranger, esposo da nossa cidadã; representante da Assembléia Legislativa do Estado, Deputado Edemar Vargas; representante do Comando de Policiamento da Capital, Capitão Leal; representante do Instituto Escandinavo de Intercâmbio Cultural, Sra. Margareta Beerg; Deputado Estadual Bruno Neher.

Convidamos a todos para ouvirmos os Hinos Nacionais da Suécia e do Brasil.

(São executados os Hinos Nacionais da Suécia e do Brasil.)

 

Com a palavra, a Vera. Sônia Santos, proponente desta homenagem aprovada pela unanimidade dos Vereadores da Casa.

 

A SRA. SÔNIA SANTOS: Sr. Presidente, demais autoridades presentes, nossa homenageada, Senhoras e Senhores. Encontramos, no Evangelho de São Mateus, no capítulo 22, o seguinte texto:

“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento; e ao teu próximo como a ti mesmo. Deste mandamento dependem todas as leis e os profetas.”

Essa resposta que o Senhor Jesus deu aos fariseus a um dos seus questionamentos bem expressa o que trouxe essa mulher do País “do sol da meia-noite” - a Suécia - para o Brasil há 50 anos. O que faz uma mulher, uma jovem de 30 anos, com dois filhos e o esposo, se deslocar de um país como a Suécia e vir para um país como o Brasil, residindo no interior de um Estado chamado Rio Grande do Sul, sem dominar o idioma. É um grande amor por esse Deus, esse amor que a fez dedicar toda a sua vida a pregar este Evangelho, apoiar o seu esposo e segurar a mão de tantas pessoas quantas estenderam a ela.

A segunda parte do texto - “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo” - fez com que ela, na mesma forma, estendesse as mãos a todos aqueles que tinham carência de agasalho, carência de abrigo, carência de alimento e, sobretudo, carência de amor. Com certeza, a ação, os gestos desta mulher imprimiram de forma muito forte o coração de todos aqueles que passaram por este Lar, que ela fundou e que vem atuando ao longo de todos estes anos; com certeza, esta marca é muito forte.

A palavra de Deus diz que o nosso galardão não vem daqui, está no alto, mas nós, cidadãos porto-alegrenses, não poderíamos deixar passar, de render um tributo, uma homenagem a esta mulher que tem dignificado a nossa Cidade, que tem dignificado o Deus que ela serve e tem expressado a cada dia este amor ao seu Deus e ao seu próximo. E é com este propósito que hoje estamos todos aqui para render a grande homenagem a Sra. Mary Margot Taranger, com os nossos corações humildes diante deste Deus tão poderoso, este Deus que, de uma forma tão bela, a Senhora tem demonstrado através da sua vida. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Queremos considerar como extensão da Mesa os Pastores José Bento Pereira, Valdir Casemiro, Alci Jacob, Gabriel Cavalcanti, Otaviano Leal, Antonio Duarte, Ademar Perotti, Moisés Passos, Raul Ângelo, Joel Neves, Ernani da Silva, Wilson Jaleski, Juvêncio Ávila, Emílio Saul da Silva, Pedro Silva, Daniel Corrêa dos Santos, Enedir Corrêa Santos, Gilberto Brito e, ainda, o Presbítero Neri Gomes Ferreira; o representante do gabinete do Deputado Estadual Eliseu Santos, Prof. Daniel Silva, e o poeta gaúcho Odilon Vargas.

 O Ver. Gerson Almeida, Líder da Bancada do PT, está com a palavra para falar pelo PT - Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, companheiro Clovis Ilgenfritz da Silva. (Saúda os componentes da Mesa.) Senhoras e Senhores, em primeiro lugar, quero parabenizar a Vera. Sônia Santos pela iniciativa que possibilita que a Câmara de Vereadores de Porto Alegre preste esta justa homenagem a uma pessoa que há muitos anos vem dedicando a sua vida, os seus dias a estabelecer que é possível realizar uma vida buscando a solidariedade.

Não me ocorre nenhuma palavra melhor para caracterizar a obra e o trabalho da nossa homenageada, Sra. Mary Margot Taranger, senão a da solidariedade, porque é exatamente isso que ela tem feito com todos - desconhecidos, excluídos - que encontraram no seu trabalho o único abrigo possível que pudesse consolá-los e dar-lhes conforto e a possibilidade de trilhar uma vida digna, honrada e a possibilidade de compor junto com todos nós um mundo melhor, um mundo em que, quem sabe, talvez, alguma vez, não tenhamos mais crianças, jovens ou adultos sem um abrigo, sem lar, sem possibilidade de se realizar humanamente.

Quando pensava em qual seria a melhor maneira de expressar a homenagem, recebi um amigo - vejam que coincidência -, Pedro Salles Pereira Filho, funcionário do DMAE, que ingressou no Lar Esperança quando tinha seis anos. Eu não sabia disso.

Nada melhor do que contar essa história, que eu conheci há poucos minutos. Foi o 12º no Lar Esperança, seu irmão foi o 11º, o João Batista Pereira. Lá, encontrou um lugar, um abrigo, um porto seguro - uma criança, com pouco mais de seis anos. Cursou a Escola Vera Cruz, o ginásio, aprendeu música, compôs uma banda de sax tenor; tocando sax tenor, foi aos EUA fazer um curso de ilustrador técnico, onde também cursou Artes Plásticas. Hoje, depois de tudo, é um trabalhador que serve ao público da Cidade de Porto Alegre. Certamente, no seu trabalho, no cotidiano, ele, quando trata da população de Porto Alegre, devolve um pouco do carinho e das possibilidades que teve para o conjunto da Cidade, nesse órgão tão importante que é o DMAE.

Pedi licença para contar essa pequena história. Com ela, Dona Mary Margot, a Senhora é protagonista de tantas outras histórias como essa. A Senhora deve, por isso e por tudo mais, merecer esse título da Cidade de Porto Alegre. Não somos nós que nos honramos em lhe dar o título: a Cidade deve estar honrada de ter a possibilidade de conviver com uma pessoa com uma obra tão magnífica, tão importante e tão solidária e humana, especialmente num período em que estamos vivendo, em que laços de solidariedade, de humanismo, de compreensão têm sido, muitas vezes, sufocados por tantos outros adjetivos não tão bons para a humanidade.

Tenho certeza de que exemplos como o seu são capazes de reverter e fazer com que tenhamos como regra, e não como exceção, gestos bondosos, humanitários, como o seu. Muito obrigado. Parabéns. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.) 

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Eliseu Sabino está com a palavra. Falará pelo PTB e pelas Bancadas do PFL, PSB e PSDB.

 

O SR. ELISEU SABINO: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Sinto-me honrado, neste momento, quando estamos aqui falando em representação das Bancadas do PTB, PFL, PSB, PSDB e também como pastor da Igreja Evangélica Assembléia de Deus. Falando em nome da minha igreja, Assembléia de Deus de Porto Alegre, também falo em nome de todos os nossos departamentos: do Círculo de Orações, da Mocidade, da Escola Bíblica Dominical, de Evangelismo, de Discipulado, e demais departamentos que a Igreja envolve, como a radiodifusão, etc.

Digo que me sinto bem à vontade, porque parece que, não diferente de outras vezes, estou frente a um Plenário para o qual costumeiramente me apresento, que é a Assembléia de Deus de Porto Alegre. Sinto-me feliz, porque estamos trazendo uma homenagem muito especial. Esta Casa, este Vereador e todos os Vereadores aqui, e com muito brilhantismo, louvamos a iniciativa da Vereadora proponente da entrega do Título Honorífico de Cidadão Porto-Alegrense à missionária Mary Taranger. Na verdade, este Vereador gostaria de ter tomado essa iniciativa, mas pela sua inexperiência não teve essa chance, mas louvamos a iniciativa e estamos aqui para abraçar a Irmã Mary, neste momento, dizendo da nossa grande satisfação.

Eu sou como filho da Irmã Mary; eu nasci e me criei na Igreja Evangélica Assembléia de Deus de Porto Alegre. Fui criança dentro da Igreja, vendo a Irmã Mary e vendo o Irmão Nils. Portanto, a Igreja hoje está aqui representada creio que na sua minoria, mas uma representação significativa para trazer um abraço afetivo a uma pessoa que merece, mais do que nunca, este título de Cidadão Porto-Alegrense.

Eu estava pensando: não é apenas hoje que chamo a Irmã Mary de Mãe Mary. Estávamos há poucos dias em um retiro com os pastores evangelistas e suas esposas e vi o momento em que o Pastor Edgar se aproximava da Irmã Mary, numa manifestação de carinho - e ele se faz aqui presente -, relembrando um momento passado em que a Irmã Mary, com uma atenção especial (não como a Missionária Mary, a Irmã Mary, mas como Mãe Mary) ao Pastor Edgar, quando ele, quase derramando lágrimas, falava em um tom de sentimento e de alegria pelo fato de estar compartilhando hoje com a Irmã Mary e com o Irmão Nils de momentos tão maravilhosos como aquele, relembrando momentos passados de dificuldades, de lutas, mas esta Mãe Mary estava lá, sempre presente manifestando o seu carinho. Hoje, Irmã Mary, eu creio que todos aqui estão com vontade de lhe dar um abraço bem forte, um beijo, e com muita satisfação, porque se alguém merece ganhar esse título é a Senhora.

Eu fiz um paralelo bíblico pensando no Pastor Nils, porque quando se fala em Mary Taranger, caro Presidente, não se pode esquecer de Nils Taranger; quando se fala em Mary, se fala em Nils. Os dois são uma pérola que o Brasil, o Estado do Rio Grande do Sul e Porto Alegre receberam. Então, lembrei-me de uma passagem de Abrão. Uma noite, Abrão, ao voltar para casa. disse para Saraí, sua esposa: “Recebi um visitante hoje, um visitante celestial. E ele disse que devemos deixar esse lugar e mudarmos e procurar um novo país, cujo construtor e criador é Deus”.

Eu coloco aqui, no sentido figurado, o Pastor Nils como Abrão do nosso tempo e Irmã Mary como Saraí. Disse Saraí: “Será que eu vou? Deixar o meu lar, meu jardim, minhas amizades, meus primos, minhas primas, meus irmãos e meus amigos? Para onde é que vamos? Eu não sei nem como é que é o lugar para onde vamos! É muito longe, não sei quanto tempo vai demorar”.

Essas são as perguntas que, certamente, Irmã Mary fez ao Irmão Nils quando ele disse: “Deus nos chama para um outro lugar. Não sei, Abrão; tenho vivido aqui desde menina, casamo-nos e para esta casa você me trouxe; aqui eu cresci e estou muito bem. Agora você me diz que temos que ir para outro lugar. Você nem mesmo sabe onde fica; porque uma voz lhe falou e deve atendê-la. Isso é um tanto vago. Não achas? Nem um mapa”. Mas a voz ecoava. Como saberemos o final desta jornada? Lá nos idos de 46, 45, 44. “Está bem” - disse Mary para o Nils -, “eu vou te acompanhar, em nome do nosso amor. Você é a pessoa que Deus me deu. Prometi que aonde você fosse, eu iria, que lhe amaria, lhe honraria e lhe seria submissa; por isso, então, eu irei.” Nesses idos, Mary tomou essa decisão junto com Nils Taranger.

Pela fé, Abrão foi chamado para partir. Uma coisa importante aconteceu: ele obedeceu, sem saber para aonde ia exatamente. Ele habitou, viveu numa terra estranha, habitou em tendas, buscou uma cidade. Foi persuadido, mas creu e esperou. Essa mesma fé ajudou sua esposa Sara, uma grande mulher, a conviver com uma situação. Abrão ouviu a voz, porém Saraí creu que Deus tinha lhe falado. Mary e Nils Taranger estão conosco em Porto Alegre há mais de 40 anos.

A alegria de fazer esse paralelo enche o nosso coração. Um dia Deus apareceu de novo para Abrão e lhe disse que ele e Saraí teriam uma descendência numerosa, como as areias do mar e as estrelas do céu e todas as nações do mundo seriam abençoadas por meio de sua prosperidade. Uma coisa importante aconteceu: eles mudaram o nome: Abrão passou a ser Abraão e Saraí passou a ser Sara. Quando Abraão já estava com 99 anos, não é a idade do Pastor Nils e nem da Irmã Mary, mas hoje os dois completam conosco, em Porto Alegre, 81 anos de idade. Sara, cujo nome passou a significar princesa. Isso é o que nós aqui desejamos porque, no Brasil e em Porto Alegre, Irmã Mary e Irmão Nils estão dando este fruto maravilhoso e essa alegria para todos nós.

Na verdade, nós manifestamos aqui a nossa grande satisfação porque a Irmã Mary sempre teve o seu coração voltado às grandes necessidades do nosso povo. Ultimamente, estamos sendo sensibilizados com uma particularidade: Deus colocou no coração de Irmã Mary a criação de mais uma casa para crianças, não como as quatro ou cinco casas que temos para crianças órfãs, mas uma casa para abrigar crianças portadoras do vírus da Aids. Essa casa está em funcionamento graças a uma iniciativa divina. Deus colocou no coração da Irmã Mary. Parecia uma coisa impossível, mas hoje é uma realidade. Mais uma coisa que nos traz a satisfação e o prazer de homenagear essa querida irmã, Irmã Mary Taranger, que nós nos reservamos o direito de chamá-la de Mãe Taranger.

Quero concluir meu pensamento lendo uma passagem bíblica que Irmã Mary tem ouvido muito. Mas é para ela ouvir sempre, quantas vezes for possível.

Provérbios 31. Versículo 10: “Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor excede o de rubis.”

Versículo 20: “Abre os braços aos pobres e estende as mãos aos necessitados.”

Versículo 23: “Abre a boca com sabedoria, e a instrução fiel está na sua língua. Olha pelo governo da sua casa, e não come o pão da preguiça. Levantam-se os seus filhos e lhe chamam bem-aventurados.”

O seu marido, Pastor Nils, louva a Deus, dizendo: “Muitas mulheres procedem virtuosamente, mas tu a todas és superior. Enganosa é a graça e passageira a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada.” Dá-lhe do fruto das suas mãos e louvem-na, nas suas portas, as suas obras.

Irmã Mary, palavras são palavras. O importante é o que nós vivemos no dia-a-dia. Ao ver o Coral Vozes de Gratidão, hoje, aqui, que num esforço concentrado está aqui para a homenagear, ao ver a Igreja Assembléia de Deus, ao ver os meus colegas Vereadores, colegas Pastores, ao ver a minha colega Sônia Santos, ao ver todos os Senhores que representam os demais órgãos de nossa Cidade, nos resta dizer: Graças a Deus! Graças a Deus pela vida da missionária Mãe Mary Taranger. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Estamos presenciando um ato muito bonito e espontâneo. A esposa do Ver. Eliseu, Sra. Isabel, faz a entrega de flores à Irmã Mary.

Consideramos, como extensão da Mesa, o Pastor Edgar Machado, de Canoas; o Pastor João Dorneles, de Santo Ângelo; e o Pastor Pedro Silva, de Porto Alegre. Queremos homenagear as esposas e irmãos dos pastores em geral. Queremos também homenagear o Coral Vozes de Gratidão e o Grupo do Instituto Bíblico Esperança.

O Ver. Isaac Ainhorn, 1º Vice-Presidente da Casa, está com a palavra em nome da Bancada do PDT.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa.) Srs. Pastores da Assembléia de Deus, minhas Senhoras, meus Senhores. Há alguns anos, a Câmara Municipal de Porto Alegre outorgou ao cidadão do mundo, ao cidadão sueco Nils Taranger o título de Cidadão de Porto Alegre por uma iniciativa, na época, do então Ver. Dilamar Machado. Naquela época, por uma lacuna cultural minha, eu desconhecia essa extraordinária figura que tanto já tinha dado em favor da humanidade, em favor do povo brasileiro, em favor da comunidade porto-alegrense. A partir daquele momento estreitou-se um relacionamento. Pude compreender, mais adiante, o sentido e a obra de Nils Taranger, e também da Assembléia de Deus.

Hoje, meu caro Deputado Edemar Vargas, estamos aqui complementando esta obra a partir de uma iniciativa da Vera. Sônia Santos, que outorgou o Título de Cidadã de Porto Alegre a nossa homenageada Hjordis Mary Margot Taranger. É uma iniciativa que mereceu a unanimidade e o reconhecimento desta Casa por toda a trajetória que inspirou e inspira a missão desse casal que, em 1946, aqui chegou.

Esta é uma homenagem abrangente, é uma homenagem de reconhecimento. No momento em que a Câmara Municipal outorga a cidadania de Porto Alegre através de uma lei municipal sancionada pelo Sr. Prefeito Municipal, ela presta um reconhecimento a uma pessoa que, pelos seus méritos, teve o reconhecimento da Cidade que escolheu, do Estado que escolheu para desenvolver o seu trabalho, um trabalho de fé, de profunda religiosidade e que, no curso dos tempos - tempos, é bem verdade, difíceis -, é dada continuidade da palavra do Senhor através daquilo que está escrito nas Escrituras Sagradas.

Esta Casa tinha, no seu corpo de leis, uma determinação de que, no início das Sessões Ordinárias, fosse feita a leitura da Bíblia. Por um desses erros graves, essa medida foi revogada e hoje ela está sendo restabelecida, nesta Casa, através da iniciativa de um Vereador que sabe, que tem a consciência da importância desse trabalho missionário e do que representa a Bíblia para todos nós. Apesar de muitas incompreensões, é uma iniciativa que está tramitando nesta Casa, de autoria do Ver. Eliseu Sabino. Têm sido enormes as contribuições dos deputados e dos vereadores evangélicos para a construção de uma cidadania séria e responsável. Hoje mesmo assistimos a isso, ao desenvolvimento dos trabalhos desses parlamentares, e eu, como os demais colegas, que tenho um convívio diário e permanente, tenho assistido a continuidade de um trabalho que iniciou lá dentro das suas igrejas e que continua aqui dentro. E hoje se outorga o Título de Cidadã de Porto Alegre à Senhora, Dona Mary, que desenvolve um trabalho cuja síntese se encontra em uma palavra das Escrituras Sagradas, dos profetas do Velho Testamento, uma palavra hebraica que diz: Cedacá: Cedacá é caridade como instrumento de justiça social. E é isso que, no curso da sua existência, a Senhora e o Pastor Nils têm feito. E nós não poderíamos merecer prêmio maior, homenagem maior do que acolher vocês aqui em nossa Cidade.

Por isso, reitero a importância desse trabalho. Nossos sábios nos ensinam que o Eterno entregou ao homem um mundo ainda incompleto, pois nele existem dor, ódio, guerra e sofrimento. Entretanto, ele concedeu ao ser humano a potencialidade de completar a obra de criação, de terminar as guerras com tratados de paz que respeitem os direitos e estabeleçam a responsabilidade em todas as partes. De encontrar, através da pesquisa, cura para doenças e dores, de descobrir, Dona Mary, em seu coração, forças que, conduzindo-o a uma compreensão do cosmos, lhe faça substituir o ódio por amor.

Quando se homenageia Mary Taranger, homenageia-se toda uma comunidade, porque Mary e Nils Taranger são a expressão maior em nosso Estado e - atrevo-me a dizer - em nosso País, a expressão maior da Igreja Evangélica da Assembléia de Deus. Tenho acompanhado esse trabalho.

Ainda há pouco, o Ver. Clovis Ilgenfritz referia a nossa presença numa homenagem realizada ao Ver. Eliseu Sabino, na Igreja Central, na Rua Gen. Neto, no ano passado. Ainda no ano passado, tive a honra de participar de um evento que me emocionou profundamente, quando aqui estiveram, em Porto Alegre, dois pastores da Assembléia de Deus, o Pastor Isaac Somo e o Pastor Larsen, figuras extraordinárias que conseguiram transmitir as idéias maiores e os pensamentos que presidem e dominam as reflexões, as idéias e as ações dessa comunidade que tem arraigada toda a sua ação e toda a sua determinação num profundo sentimento de fé.

Há poucos momentos, conversando com o Pastor Nils Taranger, ele me dizia que, nos próximos dias, ele e Dona Mary se dirigem a Jerusalém e lá eles vão dar continuidade ao seu aperfeiçoamento espiritual. Vejam que eles vão lá buscar mais ensinamentos, mais aprendizado para trazer e transmitir a todos nós. Jerusalém é um centro espiritual de religiosidade das três maiores vertentes de fé monoteísta: do cristianismo, do judaísmo e do islamismo. Aquela cidade extraordinária que empolga a todos nós tem sido, muitas vezes, pelo ódio, objeto de incompreensões e das situações mais dramáticas que a humanidade tem vivido.

Neste momento, Cidadã de Porto Alegre Mary Taranger, nós nos sentimos profundamente sensibilizados em poder prestar-lhe, nesta Sessão Solene, a homenagem, o carinho e o reconhecimento que a Cidade de Porto Alegre tem pelo seu trabalho. Eu até invoco, nesta mensagem, o sentimento maior que tem predominado nos trabalhos cotidianos levados a efeito pela Senhora desde os primeiros momentos em nosso Estado, em nossa Cidade de Porto Alegre. Coisa comovente e que mexe com os nossos corações é a forma incansável com que a Senhora trabalha, quando já poderia até dizer: “Cumpri a minha missão; agora vou me dedicar à minha família, aos meus filhos e aos meus netos”. No entanto, o seu trabalho é desenvolver a caridade como instrumento de justiça social, abrindo, hoje, uma nova casa, acolhendo mais necessitados, mais pessoas que precisam da palavra da fé e do respaldo e acolhimento às suas necessidades básicas numa sociedade, infelizmente, ainda cruel e injusta.

Peço à Senhora que dê continuidade ao seu trabalho. Não existe, pelo perfil da personalidade dos Taranger, algo que mais os realize, que mais motive a sua própria existência do que realizar aqui o trabalho que, por uma inspiração certamente divina, vocês receberam como uma missão maior de ajudar os necessitados, os humilhados, os que precisam de uma palavra amiga num momento de dor e angústia. Parabéns, Mary Taranger. Parabéns, Vera. Sônia Santos, autora da iniciativa. Parabéns, Ver. Eliseu Sabino, a toda esta Casa, ao Presidente desta Casa, a todos os Senhores que têm desenvolvido um trabalho que tem o reconhecimento e a gratidão de todos os porto-alegrenses. Obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Registramos, com muita honra, a presença do Pastor João Nélson, da Igreja Adventista Central, que representa a Federação das Igrejas Adventistas do Rio Grande do Sul.

O Ver. João Dib está com a palavra, falando em nome do PPB.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É público que amo muito Porto Alegre. É em nome desse amor que digo do meu orgulho de ser amigo de Nils e Mary Taranger, porque eles também amam muito Porto Alegre, porque fazem e continuarão fazendo muitas coisas por Porto Alegre. Eles ajudaram a construir uma Porto Alegre melhor.

E por falar em construir, sempre conto uma pequena história. Uma pessoa olhava duas outras que trabalhavam. Um praguejava; o outro cantava. Aquela pessoa que admirava chegou para o que praguejava e perguntou: “Meu amigo, o que o senhor está fazendo?” E ele respondeu, bravo: “O senhor não vê que estou construindo uma parede?” Perguntou para o outro, que fazia a mesma coisa: “Meu amigo, o que o senhor está fazendo?” Aquele que cantava respondeu: “Ora, meu amigo, não vê que estou construindo uma catedral?”

E por falar em construção, Irmã Mary, querida homenageada de hoje, junto com seu companheiro de todas as horas, construiu nesta Cidade muitas catedrais. Destacaria duas das mais belas, por certo: o Lar Esperança e o Lar do Idoso. Mas há outras catedrais menores, de menos importância aparente, mas de importância total no coração de cada um, para quem representou aquilo que foi construído. Essas pequenas coisas marcaram e marcam profundamente o trabalho desse casal maravilhoso. Ambos são cidadãos de Porto Alegre, para a glória de Porto Alegre, porque, realmente, deram à Cidade, à população sacrificada desta Cidade todo o seu coração. Irmã Mary e Pastor Nils têm um coração tão grande quanto têm de aparência física.

Cumprimento a nossa querida Vera. Sônia Santos: foi muito inteligente, muito oportuna, foi muito correta a proposição e teve o apoio de toda a Casa. Cumprimento esse casal amigo e querido, pedindo a Deus que continue por muito, muito tempo conosco, construindo muito mais. Saúde e paz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Agora chegou o momento de ouvirmos o Coral Vozes de Gratidão, sob a regência da Maestrina Nacyr Bandeira, que interpretará “Graças dou” e “Nada é impossível”.

 

(O Coral interpreta as músicas.)    

 

Gostaria de homenagear a Maestrina Nacyr Bandeira, porque na semana que passou ela completou 30 anos de regência deste coral. Parabéns, em nome da Câmara Municipal de Porto Alegre. (Palmas.) Gostaria de dizer que a Câmara, inspirada em trabalhos de corais tão bonitos, na semana dedicada ao servidor público, na quinta-feira, teve uma Sessão Solene dedicada a eles em que foi criado o Coral da Câmara.

    

Com a palavra, o Irmão Odilon Vargas.

 

O SR. ODILON VARGAS: (Saúda os componentes da Mesa.) Quero dedicar à querida homenageada, Mary Taranger, um poema de minha autoria.

 “Licença peço aos ouvintes / Para transmitir minha história

 Está na agenda da memória / Esta filosofia

 É raiz da minha crença / E tão gloriosa reminiscência

 No relato da poesia / Na inspiração do cantor, no verso e na melodia

 Não que eu julgue ser poeta, / Muito menos, compositor,

 Mas peguei a carreta mestra / Para revelar grande valor

 E no verso esclarece / Ao parabenizar uma estrela

 Procedente da Suécia / Que consagrou a sua história

 Rasgando os céus em visões de glória

 Atravessou o grande oceano e cruzou muita fronteira

 Para dar a mostra do pano

 E hoje brilha na bandeira desse torrão panteano

 Eu falo da inesquecível missionária Mary Taranger.”

 

Que na data também consagra mais de 40 anos de sua missão divinal, glorificando o Rio Grande em sua formação regional, abrilhantando a liderança da grande obra social. Parabéns, querida Mary Taranger, estrela pentecostal, que hoje brilha neste Plenário; és o centro de todo o comentário. Segundo o que está escrito, receberás o brilhante título de Cidadã Honorária desta Cidade de Porto Alegre, onde a sua virtude se expande nesta grande Porto Alegre; és rainha do meu Rio Grande. Também parabenizo brilhante autoridade - falo da Vera. Sônia Santos, que teve a iniciativa de honrar Mary Taranger com honra bem merecida. Que o grande Deus celestial, com as suas mãos estendidas, ele, que guarda entrada e também guarda saída, há de vos coroar de glória com muitos anos de vida. Nos acordes do meu verso, percorro esse universo de glória bem sucedida de uma heroína nunca esquecida pela virtude que tem. Assim consagrou o calendário, e nós desejamos parabéns à querida Mary Taranger, incansável missionária. E neste mesmo comentário, ao transmitir essa mensagem, eu presto essa homenagem neste linguajar bem nativista, parabenizando Mary Taranger pela vitória e a conquista, desta glória que assim se expande. Por isso, na palavra deste humilde evangelista, transmito à querida Mary Taranger um abraço de todo o povo do meu Rio Grande no verso do repentista! Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: É o momento de ouvirmos novamente o Coral Vozes de Gratidão, que interpretará a música “Maravilhoso Cristo”.

 

(É feita a apresentação do Coral.)

 

Chegamos ao momento mais importante da nossa Sessão Solene. Feitas as homenagens, os discursos, oferecidas as músicas, os discursos, vamos agora cumprir com o ato aprovado pela Câmara, proposta pela Vera. Sônia Santos. Convidamos a representante do Prefeito, Ana Paula Motta Costa, para, em nome do Prefeito, fazer a entrega do Título de Cidadã de Porto Alegre à Irmã Mary Margot Taranger. Convido, também, o Ver. Eliseu Sabino, com a sua esposa, que está presente, e o Ver. João Dib, para procedermos à entrega do Diploma e da Medalha à Sra. Mary Margot Taranger.

 

(Procede-se à entrega do Diploma e da Medalha à Sra. Mary Margot Taranger.) (Palmas.)

 

Chamamos, neste momento, os familiares da homenageada para as fotos.

 

(São feitos os registros fotográficos.)

 

A homenageada, Irmã Mary, está com a palavra.

 

A SRA. MARY TARANGER: Sr. Presidente da Câmara de Porto Alegre, Vereadores, Vereadoras, prezados amigos. Chamo vocês de amigos. Não estou acostumada a fazer discursos; então, vou falar simplesmente, como é o meu costume, do meu coração para o coração de vocês.

Amo muito Porto Alegre; é a minha cidade já há muitos anos, antes mesmo de receber este título. O que se tem falado aqui sobre a minha pessoa devolvo a Deus e a vocês, que me ajudaram em tudo. Nunca tivemos dificuldades e problemas graves no nosso trabalho aqui. Sempre tivemos o apoio das autoridades, e isso é maravilhoso.

Acima de tudo, temos um Deus poderoso. Deus é que faz a obra, e Ele usa as pessoas que ficam à disposição Dele. Pela graça de Deus, eu tenho sido uma pessoa que tem ficado perto Dele, recebendo mensagem diretamente de Jesus. Tenho tido uma vida feliz. Sinto-me muito feliz aqui entre vocês. Nunca senti saudades fortes da Suécia. Quando cheguei em Porto Alegre, há 50 anos, quase 51 anos, lembro-me do calor. Não o calor abafado do Rio de Janeiro, que experimentamos primeiro. Era um calor suave, e nós sentimos que estávamos em casa. Nunca me senti como estrangeira em Porto Alegre. Nunca. Sempre me senti como um de vocês.

Todos somos estrangeiros, de toda parte do mundo. Aqui nos misturamos. Tenho agora noras brasileiras, netos brasileiros. No sangue deles, há o sangue de muitas nações.

Ficamos um só e um só em Jesus, porque tudo o que se tem falado aqui quero lançar perante Deus como gratidão pela vida que Ele me deu, cheia de bênçãos, cheia de iniciativas interessantes, de vitórias. Sempre encontramos meninos, homens, mulheres que se criaram no Lar Esperança, e sempre é uma bênção.

Pela graça de Deus, sou o que sou; trabalhei, não eu, mas a graça de Deus. Obrigada. Deus os abençoe. Muito obrigada ao coral pela presença; nem sabem como apreciei isso. Não é possível mencionar todos. Amo vocês todos. Estão dentro do meu coração. Desejo tudo de bom. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Muito me honra e orgulha ser Presidente da Câmara Municipal da Cidade que, neste momento, homenageia esta mulher maravilhosa - o casal.Tive hoje momentos de muita emoção já à tarde, quando fizemos uma homenagem ao Padre Florindo, uma homenagem muito bonita. Inauguramos na Casa, nesta assembléia, neste local dos representantes do povo que se transformou hoje numa assembléia de Deus - desculpem o trocadilho, mas é verdade - porque inauguramos um crucifixo que foi entronizado, como disse o Ver. João Nedel, na Casa. A Senhora e o Padre Florindo são os padrinhos dessa entronização, porque entendemos que representa a fé, a vontade de mudar e melhorar e, fundamentalmente, a solidariedade humana que a nossa cidadã, Mary Taranger, representa hoje, assim como outros cidadãos têm representado a nossa Cidade. Para nós, que estamos nessa luta política, social, cultural e, sobretudo, na busca da ética, buscando a democracia, as palavras “cidadão” e “cidadania” são muito importantes. Nós queremos que todas as pessoas sejam cidadãos e cidadãs. Isso é muito importante na situação mundial. Nessa mudança de século e milênio, os cidadãos têm que exercer a cidadania; quando alguém é homenageado como cidadã, como é o caso de hoje, é um cidadão ou cidadã muito especial, que serve de exemplo para outros serem cidadãos; todos queremos ver a nossa população seguindo esses exemplos. A Irmã Mary já está convidada a participar do Conselho que temos na Casa, de Cidadãos e Cidadãs Honorários, para reuniões e debates, que estão colaborando com as suas propostas e a sua sabedoria, o que é muito importante.

Obrigado, Irmã Mary Taranger, por tudo o que assistimos hoje. Agradecemos a todas as autoridades presentes hoje e demais amigos.

Ouviremos, agora, o Hino Rio-Grandense.

 

(É executado o Hino Rio-Grandense.)

 

Estão encerrados os trabalhos.

 

(Encerra-se a Sessão às 21h20min.)

 

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